terça-feira, 1 de novembro de 2011

Os textos que eu escrevi e você nunca leu. Sempre achei que quando lemos algo, algo de nós fica no texto, o dito e o não dito, as impressões que guardamos do texto e as que as letras guardam de nós.

Quantos textos eu escrevi pra você, quantas letras milimétricamente colocadas em ordem só pra você. Quantas eu vou guardar pra mim. Sempre esperando as suas respostas, sempre ansiando voltar no tempo, sempre parecendo ter a maior tristeza do mundo nas mãos e no peito.

Eu continuo sangrando, mas você não vê.

Espero o dia em que você possa compreender o que eu não posso.

Estou no furacão e você no refrão.

Não me deixe ir! As minhas malas estão prontas, não posso mais sangrar...

letras reunidas.

você costuma se lembrar, de como eramos.
Do quanto sonhavamos e de como as pessoas no criticavam por todas as nossas crenças e escolhas.

Eu me lembro de como você costumava falar dos seus dias, das suas ideias e do seus ideais. Nós éramos tão jovens o mundo era nosso.

Eu costumava rir do teu jeito passional, da tua bondade desmedida.

O seu olho era tão preto e profundo, que cabia todos os meus problemas, eu podia ser o que eu realmente sou, só ali não havia reprovações expectativas!

Tive um dia duro.

Queria poder dar o mundo pra você.

Um pouco mais de chuva.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

ponta de língua.

Sobre todas as coisas que ficam na ponta da língua:

as meias verdades que saem de nós! Metade do inteiro que se vai. Os pedaços que ficam com você.

É sempre metade!

O inteiro se parte, o medo nos cega e faz sermos aquilo que já não eramos!

Na ponta da língua sempre fica o amor que não deixamos escapar por entres os dentes, o grito ensurdecedor que ecoa dentro de nós , a verdade dos nossos conceitos.

Na pontinha da língua fica o sorriso e sincero e o que escapa e o esboço amarelado!

seja inteiro! você.

Por isso viva, deixe na ponta da língua só o que não é bom! Deixe se perder de você o escuro
peça perdão mais vezes!

Sinta muito a ausência e não permita que ela faça parte de você

Deixe a água escorrer por entre os olhos. Mostre aquilo que você acredita...

E viva em novidade de vida TODOS OS DIAS!

ou ao menos busque isso com todas as suas forças!

terça-feira, 29 de junho de 2010

adormecida, seu rosto parecia sonhar!
aos poucos os sonhos se vão e os sentidos tomam conta do corpo.
as mãos sentem o conforto dos lençóis, e então o olfato capta a neblina lá fora, é o cheiro de chuva passada, os olhos teimam em manter-se fechados!
O telefone vibra, parece estar no outro lado do mundo. meus pensamentos me cercam e rapidamente tomam conta de mim, e de repente não sei se é o despertador ou alguém, aperto o botão de desligar sem nenhuma dúvida,
mais cinco minutos ! Era só o que eu queria.
argh o barulho de novo, e então
um alô, eu me pergunto quem é! e escuto: você sempre desliga na primeira, um sorriso!
O de todos esses anos. Escovo os dentes e escuto tantos sonhos,tantos dias
Quanto de nós está nos velhos álbuns guardados nos quartos de nossas mães,
embora saiba que jamais lerá isto. Eu sinto sua falta, e quero que vá bem! Pra mim por mais longo e intensa o tempo e a distancia , será como que férias de verão! eu sei que vou morrer de saudades, mas nos vemos logo. te guardarei e contarei nossos feitos, prosas e risos. sempre que sentir sua falta. te aguardo meu velho,meu irmão

domingo, 20 de junho de 2010

Outra vez eu errei.
As estrelas se calam, na minha presença. Elas sabem as máscaras que carrego no bolso, estrelando cada dia um movimento levemente ensaiado. Eu vou.
Indo pelos cantos sem muitos encantos, com meus mil e um conceitos.
Mas eu errei.
e por mais que me esquive de cada ato, todos eles me seguem como se fossem uma parte de mim, eu vejo velhos retratos na estante, os sonhos empoeirados,
O tempo passa!Eu mudo cada palavra, eu mudei tanto.
Deus , o que eu me tornei ?

sábado, 5 de junho de 2010

Um trecho.

Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia. Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre".

Gabriel Garcia Márquez

sexta-feira, 21 de maio de 2010

podia ser VOCÊ!


Era aquela varanda, os moveis já não eram os mesmos dez anos se passará, retornar outrora parecia tão distante, mas ali estava. E ali queria estar.passou a mão em seus cabelos deixou se guiar pelo costume, deixou seu corpo cair pelos cantos da casa. Ecoava saudade. Correu como se ainda tivesse dez anos de idade, e os teve naquele momento, sua mente vagou, para se encontrar em algum tempo perdido por sua memória. Cerrou os olhos para ouvir melhor as lembranças que o velho casebre guardará.
O silêncio a embalou suavemente. E então estava em sua penteadeira cheia de Barbies, sonhos e doces. Seu violoncelo no canto do quanto parecia sorrir. Ao som de pisadas inconfundíveis sua mãe esbravejava: Louças sujas, roupas pelo chão e cama desfeita. aaah, Clarice viu seu fim. Abrindo a porta indelicadamente a mãe de Clarice entrou, a menina pulou em sua cama mal percebeu que sua mãe havia feito o mesmo riam e pulavam até que o fôlego começará a faltar . Então caíram na pequena cama
Dona Isabel sentiu um fio de orgulho, era o dia de mais um grande recital. Puxou um vestido daqueles que se vê nos contos de fada. Clarice vestiu e com um laço nos cabelos esperou por seu pai e seu irmão, clarice esperou um dia, dois, três .... E então perdeu-se o encanto, o canto.
Isabel já não sorria, chorava com a alma. Até que o telefone tocou ...
E então não havia pai, nem irmão...
Clarice tinha dez anos, quando viu a alegria se separar de Isabel. Ela tinha dez anos quando conheceu a tristeza.
A menina tocou, para que a música encontrasse seu pequeno irmão, tocou para fazer seu pai chegar cheio de gomas de máscar , tocou para ver a mãe parar de chorar . Tocou até sangrar seus dedos pequenos e finos, tocou a saudade, tocou a tristeza. Tocou...
até alcançar os céus. Então os olhos de Deus choraram junto aos dela, choraram todos os pássaros, árvores e o dia se pôs só .
Adormeceu. até ouvir a voz de sua avó, que lhe contou sobre um seqüestro, Clarice nunca tinha ouvido essa palavra antes , mas sabia que naquela palavra cabia sua tristeza. Sua vó continuo. Clarice interrompeu a voz embargada. Sabia que seu irmão tinha sentido medo, sabia que jamais voltaria a vê-lo.
Isabel e clarice se foram da velha casa. Mas por ali todos diziam que a menina podia alcançar o céu com seu cello.


Clarice despertou. Estava no sofá. Era tarde . E ela tinha mais um recital . Pôs se encantada novamente , dirigiu-se a velha sala vila lobos . Na capital do país, onde seu pai e irmão haviam vivido. E tocou em memória a eles, tocou para os que financia o tráfico e tiram dia e noite um pouco da alegria do mundo. Sua música alcançou cada baseado aceso, cada copo de cerveja e por um minuto trouxe lucidez ao mundo , a menina levou todos a tocar o céu.

Essa carta pode ser lida em vários olhos. Meu querido leitor, algumas delas não tem finais felizes e esperançosos espero que se lembre da menina de dez anos que conheceu a tristeza quando for acender seu próximo cigarro!