sexta-feira, 21 de maio de 2010

podia ser VOCÊ!


Era aquela varanda, os moveis já não eram os mesmos dez anos se passará, retornar outrora parecia tão distante, mas ali estava. E ali queria estar.passou a mão em seus cabelos deixou se guiar pelo costume, deixou seu corpo cair pelos cantos da casa. Ecoava saudade. Correu como se ainda tivesse dez anos de idade, e os teve naquele momento, sua mente vagou, para se encontrar em algum tempo perdido por sua memória. Cerrou os olhos para ouvir melhor as lembranças que o velho casebre guardará.
O silêncio a embalou suavemente. E então estava em sua penteadeira cheia de Barbies, sonhos e doces. Seu violoncelo no canto do quanto parecia sorrir. Ao som de pisadas inconfundíveis sua mãe esbravejava: Louças sujas, roupas pelo chão e cama desfeita. aaah, Clarice viu seu fim. Abrindo a porta indelicadamente a mãe de Clarice entrou, a menina pulou em sua cama mal percebeu que sua mãe havia feito o mesmo riam e pulavam até que o fôlego começará a faltar . Então caíram na pequena cama
Dona Isabel sentiu um fio de orgulho, era o dia de mais um grande recital. Puxou um vestido daqueles que se vê nos contos de fada. Clarice vestiu e com um laço nos cabelos esperou por seu pai e seu irmão, clarice esperou um dia, dois, três .... E então perdeu-se o encanto, o canto.
Isabel já não sorria, chorava com a alma. Até que o telefone tocou ...
E então não havia pai, nem irmão...
Clarice tinha dez anos, quando viu a alegria se separar de Isabel. Ela tinha dez anos quando conheceu a tristeza.
A menina tocou, para que a música encontrasse seu pequeno irmão, tocou para fazer seu pai chegar cheio de gomas de máscar , tocou para ver a mãe parar de chorar . Tocou até sangrar seus dedos pequenos e finos, tocou a saudade, tocou a tristeza. Tocou...
até alcançar os céus. Então os olhos de Deus choraram junto aos dela, choraram todos os pássaros, árvores e o dia se pôs só .
Adormeceu. até ouvir a voz de sua avó, que lhe contou sobre um seqüestro, Clarice nunca tinha ouvido essa palavra antes , mas sabia que naquela palavra cabia sua tristeza. Sua vó continuo. Clarice interrompeu a voz embargada. Sabia que seu irmão tinha sentido medo, sabia que jamais voltaria a vê-lo.
Isabel e clarice se foram da velha casa. Mas por ali todos diziam que a menina podia alcançar o céu com seu cello.


Clarice despertou. Estava no sofá. Era tarde . E ela tinha mais um recital . Pôs se encantada novamente , dirigiu-se a velha sala vila lobos . Na capital do país, onde seu pai e irmão haviam vivido. E tocou em memória a eles, tocou para os que financia o tráfico e tiram dia e noite um pouco da alegria do mundo. Sua música alcançou cada baseado aceso, cada copo de cerveja e por um minuto trouxe lucidez ao mundo , a menina levou todos a tocar o céu.

Essa carta pode ser lida em vários olhos. Meu querido leitor, algumas delas não tem finais felizes e esperançosos espero que se lembre da menina de dez anos que conheceu a tristeza quando for acender seu próximo cigarro!

Um comentário:

Larissa disse...

Voce é linda e eu voltei pra essa vida de blog, nao sei mais escrever mas to por ai hihiih te amo